Música

Por dentro de: “Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos”, de El Toro Fuerte

Foto por Raquel Domingues

Hoje, na estreia do “Por Dentro De…”, vamos conhecer mais detalhes sobre as músicas do cd “Nossos Amigos e os Lugares que Visitamos”, da banda mineira El Toro Fuerte. Composta por
João Carvalho (vocais, guitarra e baixo), Gabriel Martins (bateria), Diego Soares (baixo, guitarra e vocais) e Fábio de Carvalho (guitarra, baixo e vocais), NALV é o segundo álbum da banda, lançado no início de 2019. Além do mais recente, a banda também tem o “Um Tempo Lindo Para Estar Vivo”, de 2016.

Então, pra acompanhar faixa por faixa, põe o cd pra tocar aí e vem ler o que o Fábio e o João falaram sobre o processo de composição e gravação.

ANIVERSÁRIOS SÃO DIFÍCEIS

FÁBIO: Acho mais difícil falar das minhas próprias músicas, principalmente porque o que eu tinha pra dizer tá na própria música; não tem mais nada, é o que é. Algumas curiosidades: essa música foi feita de forma muito rápida: a letra e as progressões de acordes pertenciam a ideias que eu já tinha há mais de 4 anos, aí subitamente eu vi um contexto em que elas poderiam caber. Estava escutando muito Kevin Abstract na época e quis capturar um pouco do sentimento que tive ouvindo American Boyfriend durante as férias de 2017.

JOÃO: É uma das minhas músicas favoritas do disco, talvez pelas partes entrelaçadas, sempre me lembra de diferentes atos de uma peça ou filme. É muito visual, muito cênico pra mim. Foi um dos processos de gravação mais complexos justamente por ser uma música de execução difícil. Em alguns momentos, as duas guitarras estão fazendo tapping simultaneamente, em tempo e contratempo, e pra completar acho que é uma das linhas de bateria mais quebradas que o Gabriel já fez também. Me lembro que foi uma das gravações que me deixou confiante no disco desde a primeira versão (que tinha uns xilofones fofos que acabaram saindo no final das contas haha). A imagem do personagem passando de carro pela casa de alguém querido de outra época ressoa muito com algumas vezes em que eu já me senti assim. É forte, né?

AQUÁRIOS

FÁBIO: Acho que “Aquários” e “Hidra” conversam muito entre si esteticamente, até por isso o desejo de fazer um clipe duplo pra essas canções. Gosto que “Aquários” lembra também “João e o Mar”, retomando alguns dos temas do primeiro disco. O desejo de mudança, de sair de casa, de conhecer novos lugares.

SANTA MÔNICA

FÁBIO: Essa foi das que construíram decisivamente a sonoridade do NALV. Quando o Diego chegou com os acordes do verso, acho que pegou todos nós de surpresa. A vibe meio californiana do groove e de tarde quente do subúrbio pinta uma sensação perfeita de como é o Santa Mônica (bairro de Belo Horizonte) visualmente.

JOÃO: O Diego manda muito bem nesse processo de, de alguma forma, misturar ritmos e padrões de composição de ritmos muito diferentes. As influências dessa faixa pra mim passam desde Charlie Brown Jr. até The Police, e é bem isso que o Fábio comentou: tem uma atmosfera. Acho que as músicas desse disco num geral, mas principalmente as do Diego, têm essa característica de pintarem meio que uma ambiência que é quase um quadro, uma coisa de imagens mesmo, muito relacionadas, nesse caso a meu ver, ao bairro Santa Mônica. Por boa parte do processo de gravação das guitarras ter acontecido pelos lados de lá, eu acho que essas imagens do bairro e da zona norte da cidade ficaram imprimidas nas cabeças de todos nós muito intensamente.

FIM DO INVERNO

FÁBIO: Esse foi o primeiro single e acho que pegou todo mundo de surpresa. Eu gosto demais dessa, acho ela uma das mais bem produzidas e mixadas. É também uma das mais simples, com menos acordes e menos malabarismos de estrutura. 

JOÃO: Acho que é a primeira popsong mesmo da Toro, parece que foi feita sob encomenda pra gente rs. Gosto muito da música toda e tenho um certo orgulho da linha de baixo do refrão. Eu andava ouvindo muito dessa cena mais contemporânea de jazz-pop, Thundercat e companhia, e foi um movimento de composição que me tirou muito do meu lugar-comum. Acho que “Fim do Inverno” tem um pouco esse impacto também, de uma reapresentação radical da El Toro Fuerte.

CALADA

FÁBIO: Eu amo essa. Acho ela dançante e contagiante, cheia de pequenas nuances no arranjo de vozes e guitarras – sinto vibrações Bjorkianas. Gosto também do riff de guitarra que aparece na segunda parte da música (sorte minha que sou eu que toco isso ao vivo). 

JOÃO: A questão do silêncio foi uma coisa que eu resolvi comigo mesmo nos últimos anos, de aprender o valor do silêncio, de deixar de me sentir socialmente pressionado a sempre emitir uma opinião sobre as coisas, do fato de que o mundo preza sempre por esse tipo social do individuo bem conectado, bem ajustado, socialmente confortável. Eu mesmo era muito falante e acabei me permitindo mudar um pouco nesse sentido. E acho que essa música é sobre e para pessoas caladas. É uma música de amor também, porque uma das maiores descobertas que vem pra mim dessa questão toda do silêncio é a percepção de que a comunicação verbal, das palavras, pode ser incrivelmente pobre e incompleta. Estar junto em silêncio é possível, estar junto sem precisar se afirmar é lindo. Pra que a gente possa mesmo ser assim! Porque, muitas vezes, não dizer nada é a melhor coisa a se fazer, né…

NOS SEUS MOVIMENTOS

FÁBIO: Essa veio de um desejo de fazer uma música sobre um momento de lucidez e felicidade dentro de um relacionamento amoroso. Aquele momento em que você constrói uma grande segurança com a pessoa que está com você, independente dos termos em que o relacionamento se realize. 

João: Uma música que cresceu muito em mim! Ela traz muito a colagem de estilos que é um dos pontos mais importantes do nosso disco. O Fábio foi essencial pra essa intensidade pop que eu acho a maior novidade em relação ao nosso primeiro disco. E ainda assim, algumas progressões de guitarra que me tiraram o sono pra tocar ao vivo. Vai ser uma das execuções mais interessantes nos shows, acredito. A participação da Laura é bonita demais e eu gosto muito da lembrança do dia em que gravamos as vozes, meio na correria, e do processo de composição da letra pelos dois, meio improvisado, escrevendo no chão do estúdio juntos enquanto a gente arrumava os equipamentos.  É uma lembrança carinhosa!

HIDRA

FÁBIO: Hidra tem referências fortes pra música eletrônica, mas também me lembra algumas coisas nacionais, como Baleia. É uma das mais divertidas e desafiadoras de se tocar ao vivo, principalmente porque a formação da banda muda completamente nessa hora. Eu vou pra bateria, o Diego toca uma caixa, o João canta e o Gabriel toca sintetizador. 

JOÃO: Sou muito fã da maior parte dos trabalhos do Thom Yorke, de música eletrônica contemporânea em geral e, em especial nos últimos tempos, tenho pesquisado mais percussão e música tradicional, acho que esses foram os meus pontos de partida pra essa música. Ao mesmo tempo, acho que as vozes de apoio – todas retrabalhadas com autotune, de uma época em que eu tinha ficado apaixonado pelo mais recente disco do Justin Vernon (o 22, A Million) – têm uma influência de leve das construções vocais do Clube da Esquina. É uma musica meio caótica, como as que eu tive mais mão nesse último disco. A gente brincava com o termo de esquizopop, acho que é algo que ainda faz sentido.

ANTECIPAÇÃO

FÁBIO: Essa música também parece sintetizar pra mim a temática do disco. Eu gosto dos riffs meio midwest emo e da voz do Diego. Acho que nesse disco ele cresceu muito como compositor, construindo passagens muito bonitas e fazendo referência a vários sons e estilos que fazem parte da formação dele como músico. 

JOÃO: O crescendo no final é a minha parte favorita. Tocar ela é sempre muito emotivo! 

DIREITO DE DESISTIR

FÁBIO: Das mais ambiciosas do disco, acho que as pessoas ainda vão prestar mais atenção nessa. Feita de várias partes diferentes que vão se desenrolando quase que sem custo, a música me deixa muito presente na hora de executar ao vivo. Gosto disso, quando as músicas te fazem sentir que você tá ali agora e que nada mais importa. 

JOÃO: É das minhas favoritas desse disco também e foi uma das mais dolorosas. Discutimos várias vezes a possibilidade de modificarmos o título, mas é uma música pesada que precisava estar lá. Acho que ela consegue funcionar como um catalisador de raiva, uma coisa viva mesmo. Principalmente nesse sentido de que a execução é toda muito rápida e intensa. É especialmente divertida de tocar ao vivo, espero muito pela oportunidade de mandar nos próximos shows 🙂

CLARA

FÁBIO: “Clara” também foi feita rapidamente no ano de 2017. Inicialmente eu não tinha a menor ideia do que fazer com a música, e depois nós vimos que ela caberia como um interlúdio bonito para o disco – e tematicamente ela também se encaixa bastante.

JOÃO: Adoro o fato de que, preparando os shows de lançamentos, acabamos elaborando uma versão bem emo-californiana pra ela, com um peso adolescente que reorganizou completamente o que ela representava pra mim antes hahaha.

CASINHA

FÁBIO: Casinha é uma das minhas favoritas do disco e a minha favorita e do Diego, acho. Gosto de como ele cria uma letra madura e cheia de pequenas sutilezas em relação à experiência cotidiana. Amo a participação da Nicole também, que destruiu na gravação em 1 take só.

JOÃO: Na minha cabeça, o mais fantástico de Casinha é que ela soa como um pagode, sabe? Lembro de conversar isso com os meninos em outro momento… a letra, a questão do cotidiano e dos relacionamentos. E eu acho muito bonito como ela consegue se apresentar dessa forma, e meio que se encontrar ainda no espaço do rock. É uma coisa muito inédita pra mim, foi foda ver acontecendo.

CORAÇÕES TRANQUILOS DORMEM CEDO

FÁBIO: Essa foi a primeira que eu comecei a fazer pensando no disco da El Toro. Estávamos em turnê no Nordeste no fim de 2016 e eu já tocava os acordes do verso para os meninos no apartamento de um amigo. Eles já gostavam da ideia e sentiam influências fortes do Clube da Esquina. Acho legal que essa tenha sido a música que fecha o disco, ela sintetiza muitas coisas que passavam pelas nossas cabeças na época de compor e gravar. 

JOÃO: “Corações…” me lembra muito do retiro de alguns dias que fizemos no sítio da Raquel Domingues pra fazer a pré-produção do disco. Durante a gravação dela eu tava num papel mais técnico de som e aí eu acompanhei o desenvolvimento da música de um ponto muito privilegiado de observação mesmo. O lugar que a gente tava, as árvores, o interior de Minas, tudo aquilo contribuiu bastante pra aura de Clube da Esquina que ficou na faixa.

SOLAR

FÁBIO: Talvez minha favorita do disco (fico entre essa e” Calada”). Acho essa muito rock de arena, muito esperançosa e emocionante.

JOÃO: Solar é uma reconstrução de uma estrutura musical que eu fiz pela primeira vez por volta de uns dez anos atrás. Foi um ponto pra explorar esse tipo de brincadeira que aconteceu muito no primeiro disco, de resgatar umas temáticas e estruturas melódicas muito antigas, como um álbum de fotos antigas mesmo, e todos os processos que a relembrança costuma trazer acabam interferindo na música. É uma série de mudanças e de reflexões que acabam acontecendo fora da música, de processos meio terapêuticos mesmo, mas que acredito que são embebidos na música final. Combinando a isso, é uma musica propositalmente bem repetitiva, um mantra mesmo, seguindo essa intenção de construir músicas-objetos-rituais, intenção vinda bastante dessas minhas pesquisas de música tradicional. Acho que Solar, Aquários e Hidra principalmente têm esse caráter de serem meio que talismãs, “mandalas sonoras”, por assim dizer. 

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E HOJE, DIA 9 DE MARÇO, É O INÍCIO DA TURNÊ DO “NALV”!! O show de hoje vai ser em Duque de Caxias (RJ), juntamente com a banda Sta. Rosa. Organizado pelo selo Valente Records, é um bloco de carnaval, então está liberado as fantasias e purpurinas. Você pode pegar mais informações sobre aqui no link do evento.

E pra você que quer acompanhar mais a El Toro Fuerte, siga a banda no Facebook, Twitter e Instagram, e ouça as músicas no Spotify e Bandcamp.

Música

Apresentando: Sta. Rosa

Fotos da matéria por Bruno Fernandes

Sta. Rosa é uma banda de Duque de Caxias (RJ) e foi criada em 2016. Inicialmente formada por Arthur da Rosa (guitarra/voz), Vinicius Cardoso (guitarra), Pedro Gustavo Maia (baixo) e Matheus Oliveira (bateria), hoje em dia é composta também por Clara Bastos (backing vocal e voz principal em “Paraíso”) e Bruno Fernandes (fotógrafo e designer).

Com referências dentro do rock alternativo, como Beach Fossils, Radiohead, Mineral e Interpol, a banda tem como lema “música sensível e certeira para corações acalorados”,e é essa a sensação mesma que se tem ao ouvir as músicas. Eles já tem lançado um single, “Chuva/Paraíso” e ontem (2 de março) lançaram o primeiro álbum, “Lembranças Que Não Doem Mais”, pelo selo Valente Records.

Para comemorar o lançamento, entrevistamos os membros da banda pra conhecer mais sobre a banda em si, o processo de criação e as influências da banda. Venha conhecer a Sta. Rosa com a gente!

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Sobre o que é a Sta. Rosa?

Vinícius: Eu diria que é um rock para apaixonados. O álbum que lançamos tem 8 músicas e 5 delas tem letras que falam sobre namorinho ou coisas bonitas. Agora que eu parei pra perceber que as únicas duas que as letras não são sobre isso são as que a gente lançou no single Chuva/Paraíso, e a Lembranças Que Não Doem Mais, que é instrumental.

Qual sua música preferida da banda?

Arthur: A que eu mais gosto é “Um Lar”. Eu fiz essa música numa época muito bonita da minha vida, então pra mim ela transcende positividade. Mesmo que essa época já tenha passado a energia que ela me traz continua sendo boa.

Vinícius: Provavelmente “Lembranças Que Não Doem Mais” . Amo a melodia nela do início ao fim e sempre fico emocionado em uma parte do show onde o Pedro toca a linha de baixo mais BRABA já inventada.

Matheus: “Pulseira”. Eu gosto muito da forma como essa música envolve as pessoas quando tocamos ao vivo e também porque foi a primeira música que o Arthur chegou pra mim e disse “Ai 99 (apelido do Matheus), se liga, eu fiz uma música aqui e tem uma parte muito pica na bateria” hahahahahahaha.

Pedro: “Vozes/Medo do Silêncio” porque me sinto muito bem tocando, e pelo dinamismo entre momentos calmos e momentos agressivos.

Como a banda começou?

Arthur: A gente é amigo desde o ensino fundamental e já batia altos papos sobre música. Vinícius e Pedro faziam cursinho meia boca de música que tinha no nosso colégio aí eu vi que eles estavam aprendendo a tocar e dei umas ideia neles. Depois nos juntamos algumas vezes pra tocar e fazíamos uns cover de Blur e Pixies só de brincadeira. Tocamos até num show de talentos do colégio que o Matheus cantou, mas acabou que no final a gente praticamente obrigou ele a aprender a tocar bateria. Com o início da Valente Records é que a parada ficou séria mesmo. O tempo foi passando, aí com a banda já consolidada chamamos a Clarinha (Clara Bastos), que é outra amiga nossa da mesma época do colégio, pra cantar com a gente também e o grande Brunão (Bruno Fernandes) nos adotou e agora faz parte do bonde sempre nos ajudando a contruir nossa identidade visual além de tirar umas fotos FODAS demais da gente.

Formação atual da Sta. Rosa

Como vocês definiram a identidade sonora da banda?

Vinícius: No começo foi bem difícil porque eu e Pedro possuíamos um gosto musical bem parecido (rock alternativo, dream pop, etc), enquanto o Arthur só ouvia metal e o Matheus ouvia dad rock. Mas fomos misturando tudo isso enquanto podíamos e tivemos bastante influência de algumas bandas como Lupe de Lupe e El Toro Fuerte, que nos ajudaram bastante a definir nosso som como ele é hoje — eram bandas que nós 4 ouvíamos e até hoje amamos.

Arthur: A verdade é que nem a gente entende nossa identidade sonora. Pra mim cada música soa de um jeito diferente: algumas são mais calmas, outras tem uma vibe mais emo e umas batera mais consistentes, uma é um rockzão brabo… a gente vai mais pela emoção na hora de compor e isso faz com que cada música tenha sua carinha, tanto que quando perguntam qual o nosso som a gente sempre fica na dúvida sobre o que responder e manda um “ah é um rockzim alternativo aí”.

Momentos importantes da carreira?

Arthur: Nós não temos muitos feitos, mas tiveram dois shows que tocamos que foram muito marcantes: Nossa Praia Não é Copacabana, um evento da Valente em conjunto com a Cosmoplano Records e abrimos pra Terno Rei, que é uma banda que admiramos demais, inclusive foi uma grande influencia na composição de uma das músicas do nosso single. Sem falar que dividimos palco também com a Def e Tom Gangue, duas bandas que são grandes parceiras, inclusive quem produziu nosso disco foi a Deb (vocalista da Def). E o Caxias Music Festival em 2017, tocamos com nossos companheiros de selo da Ventilador de Teto e da Kasparhauser, abrindo palco pra uma das bandas mais fodas do cenário nacional, Baleia.

Matheus: Acho que o primeiro evento que tocamos, que coincide junto com o lançamento da Valente Records. É muito clichezão escolher o primeiro evento como o mais especial mas pessoalmente foi o dia em que caiu a ficha de que eu fazia parte de uma coisa grande. Eu tinha apenas um mês de bateria e tava nervosão pra tocar pra um público de pessoas mas que no final deu tudo certo. Sem contar que abrimos pro Vitor Brauer e foi sensacional demais.

Qual a maior dificuldade que vocês enfrentam enquanto banda independente no Brasil?

Arthur: Na minha opinião o maior problema é que às vezes o cenário, se tratando do rock independente, muitas vezes se torna uma bolha e fica quase impossível atingir outros públicos que não estejam dentro dessa bolha, e antes eu pensava que era porque o público pra música independente realmente fosse pequeno, mas depois de algumas bandas que eu conheço terem conseguido exceder nem que fosse um pouquinho os limites da bolha eu vi que divulgação é uma parada que realmente se tem que investir pesado, senão estamos fadados a flutuar dentro dessa bolha pra sempre. E o rock independente também é cruel porque se você não for riquinho não estiver tocando sua fender e pisando em seus 300 pedais enquanto produz seu próprio disco no estúdio foderoso que tu tem dentro de casa, nenhum produtor cascudo vai chegar e falar que te quer não, quando não se tem esses artifícios é cada um por si.

Uma indicação de banda nacional?

Vinícius: Violins. É uma banda que me deu muita vontade de compor desde a primeira vez que ouvi e eu amo (quase) todos os álbuns. Meu sonho ir em um show deles.

Matheus: Raça. Foi uma banda que conheci em 2016 num evento lá no centro do Rio e desde então as músicas não saem da minha cabeça. Guardo no fundo do meu coração todos os shows que eu fui deles porque foram dias muito especiais para mim.

Arthur: Eu completo o que o 99 (Matheus) falou aí em cima. Raça na minha opinião é a melhor banda que eu conheço no rock independente sem dúvidas, nossas músicas não soam como a deles mas eu gostaria muito de fazer um som tão consistente quanto. Já tivemos o prazer de abrir pra eles num evento do nosso selo e foi foda. Vou fazer uma menção honrosa à Tom Gangue aqui que as guitarra safada dos cara são envolvente demais amo muito.

Pedro: Acho que maquinas, conheci em 2016 com o lançamento do “Lado Turvo, Lugares Inquietos” e esse disco me acompanhou em vários momentos importantes da minha vida, a atmosfera sombria das músicas é algo me encanta profundamente.

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Agora que você conhece mais sobre, escute o álbum “Lembranças Que Não Doem Mais”:

Você pode acompanhar a Sta. Rosa pelo Twitter, Facebook, Instagram, e pode ouvir pelo Spotify e Bandcamp. Acompanhe também a Valente Records para saber sobre eventos e lançamentos de outras bandas.