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A importância do momento de dizer “tchau”

Esse é meu último ano de Ensino Médio, e apesar de eu ainda estar nervoso pensando sobre estudos, sobre tudo que eu não sei e sobre como lidar com as coisas pra conseguir entrar na USP (Universidade de São Paulo) [que inicialmente é meu primeiro plano], eu venho ficando muito reflexivo sobre finais, o que me fez perceber que, graças ao ano passado e todos os seus infortúnios (no caso, falei sobre isso no texto anterior), eu aprendi sobre dizer “tchau” e reconhecer quando as coisas já não estão bem. Eu aprendi mais sobre mim mesmo e sobre o mundo.

A gente pensa muito sobre começos. É sempre sobre quando a gente vai começar isso, começar cursos, começar novos relacionamentos, começar novos estudos… Nunca se trata sobre quando vamos terminar algo, quando vamos botar o ponto final. E isso gera uma bola de neve de problemas que se acumula e quando vemos, a gente tá caindo dessa montanha sem conseguir brecar, só observando as coisas ocorrendo ao nosso redor, deixando as coisas irem, sem a gente interagir, sem viver.

É importante olhar ao seu redor de vez em quando e por um momento ficar “ok, vamos lá, o que tem na minha vida que eu preciso ou quero acabar?”. Pode ser relacionamentos, cursos, livros, etc, é só por um segundo ver que aquela energia parada, que não te leva pra frente e que você mesmo não energiza pra funcionar ao seu favor, só está te deixando brecado, parado enquanto a vida continua ocorrendo, os dias continuam passando e os problemas continuam vindo pedindo por novas resoluções.

A importância de dizer “tchau” parece simples, que seria: seguir em frente, mas é muito maior que isso. É sobre voltar a viver, é sobre entender que às vezes, não adianta tentar de novo, não adianta ficar empurrando com a barriga e nem esperando que a solução caia do céu e a situação se resolva sozinha. Nós precisamos nos movimentar, para que as nossas situações mudem porque no fim, mesmo que você não esteja tomando uma atitude, já é uma atitude. É uma situação paradoxal, porque tudo que a gente faz impacta na nossa vida, inclusive o que não fazemos.

Então, dizer “tchau” é colocar pontos finais em coisas que começamos. É aprender a seguir em frente e ver que, fora daquilo, você é uma outra pessoa, uma nova pessoa, não perfeita, mas humilde o suficiente pra reconhecer que sua nova versão é incrível, mas que ainda tem muito o que aprender.

O “tchau” é sobre aprender que ninguém vai fazer as coisas por nós, senão nós mesmos. É sobre crescer, amadurecer e encarar a vida, porque independente do que você acredite, esse momento, essa vida, você só vive uma vez, então por que não aproveitar ela com o que você quer aproveitar e quando acabar, dizer “tchau” e seguir em frente?

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Solidão: estamos sozinhos, mas não precisamos ficar

Para um primeiro texto aqui, eu entrei em pane sobre o que escrever e como. Talvez fosse por ser 1 da manhã e estar acordado há quase 24 horas, talvez fosse porque há muitos temas que eu quero tratar, ou só fosse que o tema que eu queria seria pessoal demais, mas importante demais que não sabia como colocar em palavras direito.

Então, aqui estou eu, pronto para abrir meu coração e conversar com vocês sobre um dos meus maiores medos (o qual eu só recentemente assumi para mim mesmo). Prazer, me chamo João Paulo, e junto da Carol, Taiany e Bells, tô aqui pra sair pensando por aí. E hoje eu vou falar sobre amizades, mas não especificamente amizades incríveis e que dão certo, mas amizades que te desgastam e podem ou não ser tóxicas (não vou nem entrar nesse mérito).

Eu passei por perrengues no início de 2019 que se arrastavam há anos, mas por algum motivo (que eu realmente acredito que foi por eu ter usado preto e branco, além de outra dúzia de cores, na véspera de Ano Novo), foi o ano começar que tudo saiu do bueiro que eu deixava fechado. Término de uma amizade que já tivera 50 mil términos e era horrível demais e me deixava péssimo. Distanciamento de outro amigo porque finalmente apertei o botão do foda-se e aprendi que eu preciso me valorizar e parar de correr atrás de quem tá cagando e pouco se lixando pra, sei lá, evoluir, crescer, ceder…

E com isso, eu percebi como eu estava vivendo no final de 2018: sozinho. Parcialmente, sim, por culpa minha, por sempre me colocar dependente das pessoas, mas a situação era que quem dizia que estaria do meu lado no Ensino Médio não estava. E eu não tinha com quem ficar. Fiquei sentado longe de todo mundo, fingindo que conseguia ler um livro quando na verdade tava controlando a vontade de chorar e berrar toda a angústia de dentro de mim pro mundo.

Veja bem, eu sou alguém que se fecha demais no grupinho. Especialmente se considerarmos que era um grupo constituído pelos meus dois melhores amigos que eu conhecia desde a 4ª/5ª série. Então, claro, eu acabei me fechando, mas nesse processo, aconteceu tanta coisa, tanta briga, desentendimento, até que no fim, eu percebi que, apesar de ainda ter minha amiga do meu lado, eu não podia depender de alguém. Porque é isso, no fim, a gente tá sozinho. Talvez, sim, quem a gente acha que conhece totalmente, podemos não conhecer direito no fim das contas. Não há problema em sermos um pouquinho egoístas, se valorizar mais, sair da própria bolha e ir ver e viver mais do mundo.

A gente deve isso pra nós mesmos. Porque a gente tá sozinho no mundo e ter esses momentos de solidão me ajudaram a pensar, a me conhecer mais, a me respeitar e valorizar, mas a gente não precisa viver sozinho. Existem quase 8 bilhões de pessoas no mundo e só em São Paulo há mais de 22 milhões, portanto: há uma caralhada de gente pra conhecer, pra descobrir afinidades, pra ver que são diferentes mas ainda sim tentam um papo e encontram coisas pra falar, pra ver que o mundo é tão maior e tão mais diverso e incrível do que a gente acha.

Eu tenho medo de ficar sozinho, de afastar as pessoas e de no fim, não ter ninguém. Só que eu não posso viver com esse medo me bloqueando de viver, me bloqueando de aprender. Porque viver é isso, é aprender, é reconhecer que você pode estar na merda, mas ainda tem esperança e ainda tem uma bendita visão positiva nisso que você tá vivendo. Não dá pra ser escravo da própria mente, das próprias incertezas do futuro.

Por isso, é preciso se levantar e aprender a não só apreciar a própria companhia e aprender a amar estar consigo mesmo sem mais ninguém, mas também viver no mundo, interagir, ir conhecer gente, se afastar de gente, aprender com erros e acertos. Porque como disse August Cury: “Para os sábios, a breviedade da vida convida-os a valorizá-la como um diamante de inestimável valor. Ser sábio não significa ser perfeito, não falhar, não chorar e não ter momentos de fragilidade. Ser sábio é aprender a usar cada dor como uma oportunidade para aprender lições, cada erro como uma ocasião para corrigir caminhos, cada fracasso como uma chance de recomeçar. Nas vitórias, os sábios são amantes da alegria; na derrota, são amigos da interiorização”.

Interiorização é a palavra chave para um envolvimento de respeito consigo mesmo. Como Claudia Lisboa, renomada astróloga, diz (sim, hoje tô cheio dos quotes); “[…] somente a interiorização pode, de fato, solucionar aquilo que em nós precisa de paz e de entendimento”.